sexta-feira, 15 de junho de 2007

Já dizia o amigo Tom, certa feita. (Lição do Aparício)


No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta: Quantos rins nós temos?
- Quatro! Responde o aluno.
- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem em tripudiar sobre os erros dos alunos.
- Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala - ordena o professor a seu auxiliar.
- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o "Barão de Itararé".
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós " temos quatro: dois meus e dois teus... Tenha um bom apetite!

*Moral da história: A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento.*

quinta-feira, 14 de junho de 2007

TOCA MUUUUUUUUUUITO!

- Rapaz, cê viu o Hamilton?

- Neguinho dá show, dá não?

- Toca muito!

- Eu fico impressionado com a habilidade, a destreza... bota os outros no chinelo.

- É verdade, mas o resto do pessoal toca muito também, não?

- Claro, toca sim, mas o neguinho é demais!

- Neguinho? Ta certo que essa discussão sobre ações afirmativas, cotas e o tal resgate histórico tá na pauta, mas Hamilton de Holanda... neguinho?

- Que Holanda o quê, maluco... o cara é inglês!
.
- O Hamilton, inglês, tá doido?

- Que Amíiiiiiltom, rapaz... eu to falando do Rêeemiltom, o neguinho da McLarem... fórmula 1, entende?

- Ahhhhhhh... eu achei que era do bandolinista.


- Bandoliquê?


- Puts...!

terça-feira, 12 de junho de 2007

AFORISMO DO DIA


"Se você quer trepar, vá à faculdade. Mas se você quer aprender alguma coisa, vá à biblioteca."


Frank Zappa

Inacreditável (poema do)

Eis a roda da vida - ou seria a rosa da vida? - a anunciar novos ventos, certas marés, outros giros... E o sentido de tudo se desfaz, e o sentido se faz non sense, sem sentido. Eis a anunciação, como diria o menestréu: a alvorada se impõe, o horizonte se descortina, a vida deixa de ser fluência e volta a ser sina.
E eu volto a ser menino. Inconstante, inconseqüente, traquino: não me importam as cicatrizes, e sim a trajetória das quedas, os solavancos do destino. Aprecio de cada intempérie o conforto do desconhecido, o fascínio das descobertas, o frisson das surpresas. Adoro quando me acometem as vilezas. É quando se perde em mim o clamor perigoso do peito em pulsar fluente, ininterrupto. É quando fico mais coerente, e ao mesmo tempo abrupto: antes do beijo, a pele rente. Antes do cortejo, o olhar lascivo. Antes da carícia, o toque permissivo.
Eis a roda da vida cantando a música de Johson, o Jack, arqui-amigo de Buarque, o Chico: "Let it be sung, so we can carry on...". Eis a cantoria do sentimento: de novo o homem, prisioneiro do tormento, de novo o mar, o professor de todos os momentos. Mero peixe, navego sob o sol que beija a água doce do mar, buscando o sal fluvial do beijo.
Eis que volto a ser menino: o ser impávido, ferino, mas navegante. Inocente, míope errante, mas sublime infante. Deixando o corpo solto no ar ensinar ao vento como voar. Eis de novo o menino: encabulado pelo olhar da pequena, encantado pela brisa serena, enlaçado pela alvura da pele... que não é morena.

Fábio Góis

Elaborando sobre gente humilde e Gente Humilde

Como dizia o compositor: "E aí me dá uma inveja dessa gente, que vai em frente sem nem ter com quem contar." É isso mesmo, dos quase cento e noventa milhões de brasileiros, a vasta maioria leva ao pé da letra a letra de Gente Humilde: segue em frente apesar de tudo e todos e sempre com a indefectível sina do "sem ter com quem contar". Cada vez mais um Brasil dos privilegiados e dos semi-privilegiados, aquela casta dos que desfrutam do apoio (financeiro, moral e/ou imoral) que provêm dos tais privilegiados. São os donos da mídia, os donos do executivo, legislativo e judiciário, não necessariamente nesta ordem de importância. Eles conseguem um emprego aqui, uma mordomia ali, um afago mais acolá que será revertido em um bônus do contracheque que legitima a sinacura. Mas, o ponto é que a vasta maioria continua "seguindo em frente, sem nem ter com quem contar". Isso me dá na cabeça, como quem cabeceia a parede que nem formato de bola tem e muito menos possui as especificidades de uma bola, tipo tamanho, circunferência. Estou cabeceando a própria parede-bola. Que, aliás, está em longe de ser flexível, pois para ficar de pé, parede que ouse se chamar de parede requer um mínimo de estrutura sólida. Olho, então, a situação micha da vasta maioria do povão brasileiro, que nem sempre está ligado no brasileirão do momento e vejo que somos um país de Gente Humilde. Mas não a Gente Humilde do poeta, antes, aquela gente humilde que é solfejada, sussurrada, ronronada com a delicadeza e todo o sentimento de Miúcha, a longeva irmã do Chico que na sexta música de seu mais recente CD, faz-nos passear por "outros sonhos", aliás, o nome do CD. Miúcha, como estava a dizer, passeia com andar de gazela, como se pisasse em ovos recém-retirados da poedeira-mãe.

Mas já em outro verso vem toda a carga mística que termina turbinando a gente humilde brasileira. Ei-lo: "E eu que não creio, peço a Deus por essa gente, é gente humilde que vontade de chorar." Pois é, mesmo sem crer, o elemento dotado de boa vontade e todo-simpatia, eleva uma prece a um deus-nos-acuda-dos-que-não-crêem em favor dessa gente toda. E espera-se que esse mesmo deus-nos-acuda-dos-que-não-crêem atenda de prompto, sem mais delongas, sem mais bolero, lero, lero, sempre banais evocando outros tempos, anos dourados com brilho a desbotar qual imagem sacra de Ouro Preto em sua velha catedral do centro ouropretense.

O ponto é que em um tempo de mutação tão constante, onde nada fica imune ao tsunami da mudança pós-pós-moderna (ora, pôishsh!), já seria tempo de substituir o positivismo de Comte estampada na bandeira nacional do Brasil, com certos ares de militarismo demodê - leia-se Ordem e Progresso - pelo belo sentido concedido a duas outras palavras que nos falam de um brasil profundo, desses que está sempre prestes a aflorar à superfície (aliás, aflorar em que senão à superfície?): gente humilde. Sem maiúsculas porque tratamos aqui de gente dos igarapés amazônicos, gente que pisca para os búfalos da ilha do Marajó, gente que continua escavando o destino no que restou de Serra Pelada, gente que se assusta com as velhas e surradas carrancas do velho Chico (no caso, o rio São Francisco) prestes a desaguar sobre outras terras áridas, secas e vazias como aquelas do Antonio Conselheiro vistas pelos olhos de quem afirmou, com rara propriedade, ser o "nordestino, um forte, antes de tudo", ou melhor, o que se assinava Euclydes da Cunha nos seus belos Sertões.

Êpa, parece que me afastei muito do que desejava falar aqui nesse espaço prá lá de democrático e aberto a inspirações nem-tão-inspirações-assim-e-tudo. É bom que o compositor tenha dito com todas as vogais consoantes que "são casas brancas, com cadeiras na calçada" ou seria com "flores tristes e baldias na varanda"? Tasca lá os dois, que não haverá erro algum. Tá tudo no mesmo espírito. Mas, em cima, no topo da cumeeira da casa, tem que estar escrito -- de preferência ou em alto relêvo ou em dessarumadas letras em vermelho carmesim -- que ali "é um lar". E isso me lembra Macondo de Gabo. Traduzindo: macondo a cidade do realismo fantástico dos Cem Anos de Solidão, do bom Garcia Marquez, conhecido pelos íntimos macondenses, como Gabo.

Pois bem, foi ontem à tarde que ao ouvir pela 9a. vez a canção do Chico em parceria com o Garoto que me dei conta que o Brasil real é o Brasil-Macondo. E que o problema todo está no binômio Ordem e Progresso. Porque ordem rima no Brasil hodierno com autoridade e autoritarismo, ordem na ponta do fuzil e progresso somente para os latinfundiários de boa cepa, aqueles ainda herdeiros das famigeradas sesmarias que remontam a um passado colonial "auriverde pendão de minha terra que a brisa do Brasil beija e balouça" (balouça mesmo e não balança, se me refiro aos versos de Navio Negreiro), "estandarte que a luz do sol encerra as divinas promessas da esperança". Mas o Macondo que habita em nós é ainda mais antigo, daquele tempo em que as coisas ainda não possuíam nomes e para se designar algo, se apontava com o dedo indicador. Puro Macondo, puro Garcia Marquez. Mas foi na 9a. vez que vi escapulir sorrateira, quase sem me sentir, uma furtiva lágrima, pois "alguma coisa se me apertava no peito". E aí me veio com a força de uma hemorragia os versos que isso me "acontece de repente feito um desejo de eu viver sem me notar". Ora, há sempre na gente esse desejo de viver sem se notar, pois se somos notados afundamos com o peso do existir puro e simples, o que não existe não se nota. Nota-se também, mas não se nota do jeito que pensamos n-o-t-a-r. Isso posto, com toda essa claudicante clareza, avanço mais na letra e perece-me que o garoto rabiscou algo muito especial e que de perto poderia se ler muito bem: "Como a alegria / Que não tem onde encostar." Para concluir o pensamento tipo ´dízima periódica´ (será que existe mesmo esse tipo de pensamento que se encadeia tanto que nunca se pode colocar um ponto (.dot.) final no verso?) as palavras se vestem então com roupagem de gala, com chapéu panamá e terno de "linho branco que ainda no mes passado lá no campo inda era flor". Fagner tá querendo entrar na freqüência (não deixarei!) isso devido ao seu reacionarismo de direita em flor. Vade Retro Fagner. Que venha a nós o poeta de Fanatismo e Noturno. E também o da apropriação de Canteiros. Voltando ao que queria dizer desde o início dessas incautas palavras e desse aguado texto: "E aí me dá uma tristeza / No meu peito / Feito um despeito / De eu não ter como lutar." É sim. Há muito despeito por não ter como lutar. Mas nem sempre estamos atentos/atônitos a isto. E como se precisa chegar a algum ponto, senão o texto carece de sentido, noção, requer bússola que não aponte sempre e tediosamente para o Norte, o jeito é concluir mesmo que resta-me apenas pedir "a Deus por minha gente / É gente humilde / Que vontade de chorar." E quão misterioso é o país das lágrimas.

Caso o leitor desavisado não entenda que levantei todo esse texto para que seu espírito o pudesse cortá-lo tal qual o levantador no Mundial de Vôlei em Havana, o faz para seu parceiro/comparsa de jogada fazer o que tem que ser feito, apresso-me a disponibilizar o intricado e hermético texto, em sua forma original, como veio ao mundo, palavras desnudas, abertas ao entendimento:


Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Terra de Água Boa


Como as linhas da Estrada
A paisagem das montanhas
Os caminhos que sugere

O vinco das entranhas
O sereno que expeles
Onde sabes que me apanhas

No dorso que me fere
Suas matas, cachoeiras
Púbicas nascentes encerra

Flores da vida inteira
Mulheres de minha terra...

André Oliveira (em 07/11/2005)

Aforismo do Dia

"Aforismo é das poucas palavras incomuns que explica o comum em poucas palavras."

André Halo


"Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes."

Machado de Assis

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Hoje é um dia especial

Hoje é um dia especial. O fato de dizer isso, vocês hão de assentar, já corrobora para que essa seja a verdade. Mesmo que praticamente tudo o que vemos ao percorrer os caminhos da cidade nos leve a crer que esse mesmo “tudo” já está perdido, ainda assim repito: hoje é um dia especial.
No caminho para o trabalho ouço no rádio que o presidente da nova República da Esperança, Lula da Silva, juntamente com os ministros da esperança, está em visita a regiões pobres do Nordeste brasileiro. Ouço que a comitiva presidencial é aguardada com ansiedade pela população de Brasília Teimosa, comunidade surgida entre o bairro do Pina e o centro do Recife. Lá, pessoas se amontoam para ver de perto a esperança nas barbas de um sorridente presidente Silva. O repórter se esforça para falar enquanto as pessoas - que já vêem no próprio repórter figura ilustre e rara na região -, se esforçam para entender. O jornalista então introduz a matéria relevando o fato de algum morador ter-lhe confidenciado que, em iniciativa nada comum , as improvisadas ruas receberam no dia anterior a visita de dezenas de homens da prefeitura que trataram de correr com as ferramentas e limpar ruas, cortar árvores e matos, enfim, dar uma guaribada e tentar transformar em lugar a corruptela que receberia a comitiva esperança.
Logo em frente vejo a nova ponte inaugurada pelo recém reeleito governador de Brasília – o que demonstra ser esta Brasília também bastante teimosa. Uma obra realmente linda, monumental, moderna, exuberante mesmo aos olhos dos que, como eu, já a atravessaram inúmeras vezes desde sua chuvosa inauguração. E é mesmo uma bela vista a imagem de uma ponte, objeto que tem por princípio ligar lados opostos. Este tipo de visão nos faz bem e também corrobora a frase inicial deste texto. O dia então é cada vez mais especial.
Mais adiante, de volta às ondas do rádio, me dou conta que a qualidade do som daquele noticiário e as vinhetas mais que manjadas em nada ajudam à manutenção do meu juvenil bom dia e, mais que depressa, levo a mão à parte de traz do banco do motorista onde guardo algum remédio antitédio em forma de CDs. Com o estojo nas mãos, ou na mão, já que a outra se encontra em trabalho ininterrupto na direção, saco depressa um Djavan e em movimento automático introduzo-o no aparelho, opa! Sem viadagens, eim!? Ah, agora sim, sabia que este dia só ficaria melhor. E melhor ele fica quando me lembro que é sexta-feira, ai é demais... agora é só chegar ao trabalho e... trabalhar.
Infelizmente ando meio brigado com o trabalho, não este das crônicas que eu adoro, mas sim aquele formatadinho, nove às seis, que deixam a gente com cara de ônibus. Sim, porquê ônibus é que chega atrasado, quebra e não chega, fica lotado, descansa só no fim da noite, e chega ao fim da semana todo rasgado, pichado de palavrões e de nomes de pessoas, com a alma toda emporcalhada. Aí é um tal de liga para o médico, troca o óleo, revisa o motor e sai limpinho pra de novo encher a cabeça de porcaria e ocupar os poucos assentos com coisa que mal embarcou e já quer descer no próximo ponto.
Mas hoje é sexta e a gente se dá ao luxo de não parar em qualquer ponto, de seguir em frente, com destino certo e o pé no fundo em direção ao fim-de-semana. Pá, panã, nã, passa mais além do céu de Brasília, traço do arquiteto / gosto tanto dela assim...

(Escrito em 10.01.2003)

Trecho do Diário de Papanattas



Hoje estou me sentindo melhor. Quase nada me perturbou desde o passeio no pátio. Minha cabeça ainda dói um pouco, afinal esse lugar tem a mesma característica que outrora havia na sala de minha casa, lá no Jardim Botânico: janelas com uma vista linda, de um gramado verdíssimo que dão uma vontade incontrolável de atirar-me com tudo a elas. Mas há sempre algum engraçadinho que na hora h me engana, sumindo com a janela dali ou de qualquer lugar que ela resolva aparecer novamente. Até hoje, só uma vez, consegui perpassá-la. Foi lá em casa, antes de minha mulher me presentear com estas férias aqui neste Resort, muito bom – é bom que se diga - , mas que a bem da verdade hospeda pessoas de muito estranhos hábitos - mas disso tratemos em outra ocasião. Enfim, vagava pela sala assobiando um solo de contrabaixo que sabia de cor quando pela primeira vez apareceu. Lá estava ela, a janela, com uma moldura em madeira envelhecida, o cheiro de carvalho e de chuva e lá, do outro lado, lindo, verdíssimo, a convidar-me para o mergulho inaugural, estava o olente gramado; tomei o fôlego que me havia faltado ante o vislumbre inicial, tomei também alguma distancia na pequena sala e iniciei a corrida para a felicidade verde que aquele imenso tapete impingia ao ar. E num salto me atirei, como havia de me atirar para sempre: com destino à felicidade clorofilada. Não me lembro de ter caído ou deslizado pelo verde chão eterno. Em verdade, não me lembro de nada a não ser acordar com essa surpresa proporcionada por minha amada, porém ausente mulher.
Lembro da minha primeira visita ao pátio, assim que acordei e... agora me passa pela cabeça a lembrança de sentir uma dor parecida com essa que sinto agora. Que coincidência! Enfim, o pátio estava em dia de festa, todos tomando seu Soro da Juventude, fato sobre o qual um novo amigo logo me pusera a par e que eu achei de extremo bom gosto por parte do governo - era o governo que nos fornecia tal solução, fato também noticiado pelo simpático e recém conhecido colega de hospedagem. Que lindo dia, apenas uma tonteira, provavelmente efeito do soro é que me fazia perder de vista algumas janelas que desde então me aparecem até com certa freqüência. Ontem, aliás, lembro-me vagamente de ter visto uma, depois não me lembro de mais nada. Que lugar!
Agora, além da dor de cabeça ter aumentado um pouco exatamente na região onde, não sei a razão, tenho uma protuberanciazinha, me acomete um sono medonho e por essa, e pela razão de que as luzes logo se apagarão – regra comum em hotéis de luxo, segundo relatou o referido colega – devo me recolher. Logo mais, pela manhã, após o desjejum, escreverei sobre as visitas ao Chefe de Estado da Birmânia, que me renderam também um título por aquelas bandas e que me fora conferido pelo próprio “figurão” que – falem baixo – está também hospedado neste hotel.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Poema da Luz da Manhã




Flauta doce, doce história
Amantes de uma nova era
Ardentes na paixão sem cura
Vivendo da ausência pura e
Amando de um amor de fera
Que sem iludir só espera
A desilusão futura

Fui escravo e também fui barão
Das dores, na minha enxovia
dos versos lentos do senão
doce lira, fina agrura
liberta pro sol deste dia
derrama a poesia no chão

A luz que me dava alforria
era amor, o astuto vilão
que na noite escura de elegia
nada vê, a espera do dia e
enquanto faz luz na poesia
faz sombra em meu coração

]]CONVOCATA[[

Considere-se este pasquim uma publicação livre e independente.
Menospreze-se toda e qualquer censura, principalmente a interna, no empreendimento que é a confecção de qualquer idéia e sua forma definitiva no papel.